Algodão: A lembrança da Época do Ouro Branco em Terra de Poço dos Paus (Cariús)

da família Montenegro, era a maior geradora de empregos da época no município. Toda produção de algodão do município e uma parte da região Centro Sul, eram beneficiadas na Indústria Montenegro. O município de Cariús famoso pelas suas terras férteis  no cultivo do algodão viveu em meados dos anos 1960 seu tempo áureo na agricultura e nos transportes. Com a riqueza da cultura do algodão e com a instalação dos americanos em Poço dos Paus surgiram o trem de cargas e passageiros do ramal da ferrovia que ligava Iguatu ao antigo Poço dos Paus.

Nos últimos 35 anos a cultura do algodão passou por períodos de crise e de recuperação.  O setor passou por quatro grandes crises. No final do século XX, na década de 80, foram plantados no Brasil 4,1 milhões de hectares de algodão, sendo 3,2 milhões de algodoeiros arbóreos no Nordeste, sendo a região Centro-Sul e do Salgado, destaques. Neste período, o sistema de exploração que predominava era o familiar ou em parceria. A mecanização ocorria em poucas etapas do cultivo e quase não se utilizavam insumos modernos. Outra característica da cadeia na época é a de que a agricultura empresarial ocorria apenas nas regiões Sul e Sudeste.
Nesse período do cultivo do algodão no Nordeste surgiu a praga “bicudo do algodoeiro”, mais exatamente em 1983, que se instalou nos algodoais dos Estados da Paraíba  e São Paulo, e se espalhou com muita rapidez para outros campos de cultivo em todo o estado do Ceará. Isso provocou mudanças no trabalho de melhoramento e fez com que mais uma crise se instalasse no setor. A mudança na política de crédito rural, que dificultou o acesso de pequenos produtores, contribuiu para o alastramento do problema. Também fizeram parte do pacote da crise neste período as intervenções governamentais, que restringiram as exportações e a redução da alíquota de importação de 55% para 10% (em 1988) e para 0% (em 1991), além do câmbio defasado, que favoreceu a importação de grandes volumes de algodão, a prazos longos.
Por causa dessa  crise o país, e mais especificamente o setor, perdeu um milhão de empregados na lavoura, o fechamento de mais de 1.200 indústrias têxteis de pequeno e médio porte, com a redução de 500 mil empregos, e a perda do mercado exportador de pluma de algodão, além do prejuízo para milhares de pequenos e médios produtores.
A colheita, no município de Cariús, por exemplo, chegava anualmente (década de 70) ao apreciável rendimento de mais de 10 mil toneladas. Nossa região viveu o apogeu econômico entre as décadas de 60, 70 e parte de 80 justamente quando o algodão era a cultura mais representativa. Viveram-se dias de glória, de abundância, de mesa farta... Depois veio o declínio e ninguém mais banhava os cavalos com cerveja. O sonho da riqueza foi substituído pela utopia da migração e nossos trabalhadores do cultivo algodoeiro foram parar em São Paulo.  Hoje, muitos deles ainda resistem, amparados por políticas sociais humilhantes e desencorajadoras, que fazem com que o sertanejo, o cabra bom de roça, se ausente do prazer de ter em suas costas uma bolsa cheia de algodão, para ter uma BOLSA FAMÍLIA que
o indignifica e o retrograda a cada dia...  fonte o conterraneo

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